A ESCRITA MEMORIALISTA E A RECONSTRUÇÃO DO PASSADO EM O MAR, DE JOHN BANVILLE

Autores

  • Adolfo Frota Universidade Estadual de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v17i2.1341

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o papel da escrita como meio de preservação da memória. Tendo como ponto de partida o romance de John Banville, O mar, este estudo propõe discutir como a personagem Max Morden, fragilizado pela perda da esposa, Anna, decide retomar, em forma de narrativa, alguns dos momentos mais significativos de sua infância, quando conheceu a família Grace, e alguns outros momentos felizes de seu casamento. A partir de um relato cuja intenção é conservar a memória daqueles que se foram, Max vê-se envolvido com uma escrita de resgate de suas experiências e das experiências daqueles que já se foram. Assim, O mar é uma celebração da vida que continua, mas também funciona como relato terapêutico e de armazenamento diante da constatação da fragilidade da vida e de sua finitude.

Palavras-chave: Memória. Escrita. Resgate. Reconstrução.

 

DOI: 10.5935/1679-5520.20190022

 

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DOI: 10.5935/1679-5520.20190022

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Publicado

2019-09-03