Adam Smith: pai da economia política
É possível afirmar que a disciplina Economia Política tem sua fundação ancorada em 1776, com a publicação do seminal livro do economista Adam Smith A riqueza das Nações. Nesse livro, Smith define a dinâmica da moderna sociedade de mercado. Apesar da Economia Política enquanto ciência ter ganhado seus primeiros contornos e cores a parte deste livro, matéria enquanto disciplina intelectual passa a influenciar a política apenas no inicio do século XX e, no Brasil, essa influência começa a ficar visível em 1930.
Claro que Adam Smith não é o primeiro economista, mas é seu livro que melhor descreve o funcionamento da economia e o papel da “mão invisível” enquanto força batizante do mercado. Aliás, Smith propõe que a produção deve ser o único lastro de qualquer economia de mercado. Além desta grande obra Smith também publicou no inicio de sua carreira (1759) o livro a Teoria dos Sentimentos Morais, um tratado ambicioso que aborda as áreas tratadas em seu curso de Filosofia Moral na Universidade de Glasgow. Aliás, foi este livro que deu acesso irrestrito a Smith ao grupo dos économistes (liderados por François Quesnay).
17 de julho de 1790 marca a data do falecimento de Adam Smith, momento em que o mundo perde não só um grande pensador, mas antes disso, o pai da economia política. Apesar disso, o grande legado intelectual de Smith ainda vive, sendo que um dos principais ensinamentos deste economista é que a economia política deve ser uma ciência moral, e como tal, deve alinhar-se com a resolução dos problemas econômicos e sociais.
(Thiago Perez B. de Moraes é cientista político e doutor em psicologia social. Atualmente participa de um programa de pós-doutorado em direito constitucional pela Università degli Studi di Messina onde desenvolve uma pesquisa sobre a pena de morte no direito internacional.)