Como estimular uma criança com Síndrome de Down?
A Síndrome de Down, também chamada de Trissomia do Cromossomo 21, é uma alteração genética justificada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Ela é causada por um cromossomo extra no par 21, ou seja, em vez de dois cromossomos, o portador da síndrome possui três.
Segundo o Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (CEPEC-SP), a probabilidade de uma criança nascer com Síndrome de Down no Brasil é de 0,001%. No entanto, há fatores que podem aumentar essa possibilidade, como a idade do casal (abaixo de 18 e acima dos 35 anos), histórico familiar de Alzheimer e ainda casos de problemas de tireoide, podendo conduzir à modificação do código genético.
Apesar de apresentarem comprometimento intelectual e, consequentemente, aprendizagem mais lenta, pessoas com Síndrome de Down possuem uma personalidade única, são sensíveis e estabelecem boa comunicação quando estimuladas adequadamente.
Ainda que auxiliados sobre como lidar com o filho portador da síndrome, os pais se sentem inseguros e, grande parte das vezes, ficam na dúvida em como estimular a criança.
Diferente do autismo, onde existem níveis de gravidade, a Síndrome de Down está intrinsecamente relacionada ao estímulo de desenvolvimento do meio inserido, além da herança genética recebida. Em outras palavras, quanto maior o estímulo dado à essa criança durante a infância, menor o grau de presença dos sintomas.
Em se tratando do estímulo, este precisa ocorrer desde o nascimento para que o indivíduo seja capaz de vencer as limitações que essa alteração genética lhe impõe. A assistência profissional multidisciplinar, como pedagogos, médicos, fisioterapeutas e psicólogos, aliada à atenção permanente dos pais, habilita a criança com Síndrome de Down a obter convívio e participação social, bem como a execução das atividades cotidianas.
Contudo, o excesso de cuidados e a superproteção também podem limitar o portador no seu desenvolvimento. Doses elevadas de preocupação dos pais prejudicam o crescimento físico, social e emocional do filho, que deve amadurecer conforme sua capacidade intelectual.
Algumas dicas são essenciais e que podem ajudar os pais a contribuir para a formação saudável da criança com Síndrome de Down:
- BRINQUEDOS: Os brinquedos mais indicados a crianças com síndrome de Down são aqueles que despertam a atenção e a curiosidade dela. Preste atenção na faixa etária recomendada de cada brinquedo, informação presente na embalagem.
- FALA E LINGUAGEM: A repetição ajuda a fixar informações, pois as crianças gostam do que lhes seja familiar. Além de repetir, procure apontar e demonstrar o objeto mencionado. A fala deve ser normal e não muito lenta para não cansar o portador ou dispersá-lo.
- INTERAÇÃO ESCOLAR: Uma criança com Síndrome de Down pode ser colocada na escola junto com outras crianças que não sejam portadoras; inclusive a Lei de Diretrizes e Bases da Educação garante que as escolas regulares ofertem matrícula para todos, a fim de combater a segregação e promover a inclusão escolar. Contudo, recomenda-se que os pais estejam sempre atentos a casos de preconceito, bulliyng ou atitudes negativas de outros com relação à criança.
- ATIVIDADE FÍSICA: Crianças com síndrome de Down estão sujeitas a uma condição chamada hipotonia, ou seja, baixo tônus muscular, o que dificulta a realização de tarefas que exigem contração contínua, passiva ou parcial. Por isso, a recomendação é incentivar os exercícios físicos e jogos que estimulem a coordenação motora.
- INCLUSÃO SOCIAL: A superproteção dos pais é um dos grandes obstáculos para qualquer criança em desenvolvimento, e ainda maior para aquelas com Síndrome de Down, fazendo com que infantilizem o indivíduo e impeça que ele vivencie etapas importantes da sua vida desde a infância até o amadurecimento. Por isso, é necessário inserir a criança portadora nos convívios sociais para que ela faça amigos e aprenda a conviver com as diferenças.