AUTISMO: ABRIL É O MÊS DA CONSCIENTIZAÇÃO

Atualmente, o mês de abril todo é utilizado para ações que conscientizem acerca do autismo. 

Embora  a data oficial, promulgada pela ONU em 2017, seja 2 abril, o transtorno do espectro autista tornou-se tão relevante que as ações foram para além do dia 2, estendendo-se ao longo do mês todo.

O dia 2 de abril foi reconhecido, também, em território nacional no ano de 2018 com a Lei 13.658.

Apesar da data ter sido oficializada no Brasil só em 2018, em 2012 a Lei 12.764 já garantia os direitos dos autistas com a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

A Lei 12.764, em seu parágrafo 1° – incisos I e II, descreve o que é o transtorno do espectro autista:

I  – deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;

II – padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.

Mas você acha que essa definição foi incluída aí na Lei por acaso? Vem comigo, vamos conferir brevemente a história do Transtorno do Espectro Autista.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Muito embora o nome “autismo” tenha ganhado notoriedade nos últimos anos, ele foi mencionado em estudos pelo Dr Leo Kanner, lá em 1943. 

“O médico fez relatos de 11 crianças portadoras do que denominou um distúrbio inato do contato afetivo; ou seja, essas crianças vinham ao mundo sem o interesse habitual nas outras pessoas e no contato com o ambiente social.” (Wolknar & Wiesner, 2017)

Então, a partir do final dos anos 70, o autismo se tornou característico pela ausência da interação social, problemas na aquisição e desenvolvimento da linguagem, bem como a dificuldade em estabelecer comunicação, tinha também a resistência à mudança, o apego às atividades rotineiras, e, por fim, os movimentos comportamentais atípicos e repetitivos.

Foi em 1980 que o transtorno ganhou espaço na lista oficial do livro American Psychiatric Association.

Algumas pessoas usam os termos “autista” ou “autismo” que não  estão errados. Entretanto a nomenclatura “Transtorno do Espectro Autista – TEA” é a forma oficial. 

Sophia Mendonça, uma jovem autista, em seu site O Mundo Autista, compartilha que é incorreto encarar o autismo como uma doença que pode ser curada, porque não é. Trata-se de uma condição de “cérebro neurodivergente.”

Símbolos do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Os símbolos mais conhecidos do autismo são o quebra-cabeças colorido, o símbolo do infinito colorido e também a cor azul. Vamos conhecer o por quê de cada um deles?

A Lei 12.764/2012 aponta, em seu § 3º, a fita quebra-cabeça, símbolo mundial da conscientização do TEA, para identificar a prioridade devida às pessoas com transtorno do espectro autista.

Ter essa prioridade na Lei é muito importante para a comunidade autista, entretanto segundo Sophia Mendonça, uma jovem autista, em seu site O Mundo Autista, o quebra-cabeças passa  a impressão de que falta algo ou que o transtorno é complexo demais.

Sophia diz que atualmente a preferência é pelo símbolo do infinito com as cores do arco-íris que simboliza a manifestação do transtorno em todas as cores, em maior ou menor grau de uma pessoa para outra.

Mas o que significa a fita de quebra-cabeças?

As peças do quebra-cabeça, cada peça de uma cor diferente, representam a pluralidade de famílias com membros autistas e sua inclusão social. 

As peças sempre estão em cores vibrantes e intensas para simbolizar a esperança em torno das intervenções e da conscientização da sociedade com um todo.

O símbolo do quebra-cabeças é o mais antigo dos símbolos do autismo, foi criado em 1963 pelo Autism Society.

Neste ano, o Autism Society lançou, em parceria com a Live Free, pulseiras de aceitação do autismo, com o objetivo de arrecadar fundos para a Austism Society que é uma das principais instituições pró autismo do mundo.

Cor azul como símbolo do Transtorno do Espectro Autista – TEA

A cor foi escolhida para representar o TEA devido a alta incidência de diagnóstico em meninos, se comparado ao diagnóstico em meninas. 

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC, Estados Unidos, aponta que dos diagnósticos apurados, a predominância em meninos é 3,8 vezes maior.

Símbolo do infinito colorido para o Transtorno do Espectro Autista

O símbolo foi criado pela Aspies For Freedom, uma comunidade online de autistas, com o objetivo de eliminar as interpretações negativas relacionadas à fita de quebra-cabeças.

Muitos autistas consideraram que o quebra-cabeças poderia ser ofensivo, passando a impressão de que os autistas precisam se encaixar na sociedade.

Desta forma, surgiu o símbolo do infinito nas cores do arco-íris representando a persistência, a perseverança e a unidade da forma, e como já citamos, representa também as nuances do transtorno que variam de um indivíduo para outro.

Importante enfatizar que não trata-se de uma doença que pode ser curada, mas de uma variação neurológica que produz manifestações comportamentais e cognitivas atípicas.

Uniandrade e o Autismo

Anualmente, a Uniandrade realiza ações no mês de Abril para promover a conscientização do autismo.

Neste ano, serão realizadas palestras com profissionais psicólogas e psicopedagogas que atuam junto a indivíduos com o transtorno do espectro autista.

O evento promovido pela Comissão de Inclusão e Acessibilidade da Uniandrade – CINAC, tem como tema Inclusão da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – TEA.

O evento será presencial e acontecerá no Campus Murici e também no Campus Santa Quitéria.

Para saber mais, acesse: https://www.sympla.com.br/evento/inclusao-da-pessoa-com-transtorno-do-espectro-autismo-tea/1933083